Kate Weiss - Design e Poesia

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Amor sem laços?


Outro dia li um artigo numa revista feminina
em que os homens entrevistados falavam
que gostariam de ter um amor descompromissado.
Amor, sem ter que chegar, sem ter hora,
sem ter que dar satisfações, ou ouvir
perguntas do tipo: Onde você estava?
Porque demorou? Falou com quem no MSN?
Eu comparo esse modo de ver o amor com o
amor na criação de filhos.
Um dia há algum tempo eu ouvi a conversa do
meu filho adolescente com um amigo e meu filho dizia:
Ah! sabe cara? que gostaria de sair de casa na
hora que quero, sem nada dizer, sem falar para onde vou,
sem dizer a que horas voltarei, queria ser livre, morar só
e não ter que dar satisfação à ninguém.
Ao que o amigo respondeu:
Cara, a maior você não sabe:
Eu já tive tudo isso, meus pais alugaram um apartamento
para mim em outra cidade, mobiliaram,
a liberdade. era coisa que eu mais queria, saia de casa,
voltava quando queria, não dava satisfação para ninguém,
um dia cara, pensando bem, eu vi que eu estava livre sim,
como eu sempre quis, ninguém perguntava onde eu ia,
nem quando voltaria, minha namoradinha a quem eu disse da minha intenção
nunca me perguntou nada, se eu ia pra casa, se viria no outro dia,
se telefonaria ou se nos encontraríamos ainda naquele dia,
então percebi que eu queria ser compromissado sim, com alguém.
Eu queria que alguém me perguntasse novamente,
que horas você vem?
onde você vai? demora?
e queria uma namorada que se interessasse
por mim, e que perguntasse se vou para casa,
se eu viria no outro dia, se eu estava somente com ela.
Ouvindo os dois amigos falarem me dei conta que hoje,
muitos dos jovens, se sentem perdidos, porque ninguém
mais quer compromisso com nada, ninguém gosta
de que alguém lhe " peguem no pé" , ninguém quer
que lhe peçamos você vem? onde vai?
Ninguém quer namorar, e o "ficar" está sendo
uma constante, ficar com esse (a)
namorar? parece que virou palavra fora de moda,
e casar então é coisa da pré-história.
Ficar juntos, até na internet é algo que ninguém mais quer
e até já ouvi de um amigo:
Fulana não é nenhuma BRASTEMP
mas me dá a liberdade que eu quero,
vou FICAR com com ela se quero, não pergunto
a ela com quem conversa, nem ela pergunta a mim,
quando estamos juntos é tudo ótimo,
sem cobranças, sem nenhum ciuminho,
nada fazemos para nos desgostar...
E temos total liberdade de fazer o que queremos... 
(grosserias à parte )
Lembrei-me daquele menino, conversando com meu filho,
e pensei: De que nos adianta a liberdade, quando o que
queremos é alguém que nos queira só a nós?
De que adianta, poder conversamos com quem quisermos,
escrever com quem queremos, se o que temos
vontade é que alguém "aquele" (a) alguém
nos pergunte e nos peça: FICA Só COMIGO?
De que nos adianta a liberdade do amor morno,
sem um pingo de ciuminho, sem o mínimo de
compromisso se queremos tanto que a pessoa nos diga
Vem ser só meu? (minha)
Lembrei ainda da cena do livro de Saint Exupery, onde a raposa
dizia ao Pequeno Príncipe:
"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde,
desde as três eu começarei a ser feliz.
Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.
Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada:
descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento,
nunca saberei a hora de preparar o coração...
É preciso ritos."
Bem, cheguei a conclusão de que, os tempos ditos modernos
estão é muito atrasados e cada vez mais nos distanciamos
do verdadeiro amor, aquele por quem ficaríamos de bom
grado, amarradinhos ou presos em laços de cetim vermelho.
Aquele amor, com quem passaríamos, horas
e dias inteiros, "in love" olhos nos olhos,
coração com ritmo acelerado, arfando,
esperando a hora de estar juntos,
um amor que seja uma verdadeira
marca da mais famosa geladeira, amor "BRASTEMP" sim
amor de quem quer ser somente um ...







Kate Weiss
Enviado por Kate Weiss em 15/04/2006
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